segunda-feira, 25 de julho de 2011

.curtas

.cansada dos excessos, eu quero as exceções.
quero descansar. deitar na grama pra olhar o sol. ou as estrelas. dormir. ficar de preguiça. viajar. não ter tanto horário a cumprir, ou tanta responsabilidade me esperando. tanta gente me cobrando. [ou pior de tudo: minha auto-cobrança exagerada.]
respirar leve. soltar as amarras. ficar perto de quem me faz bem.



[acho que preciso seriamente de férias...]

.

terça-feira, 19 de julho de 2011

.tempos idos

.trechinho da coluna da martha medeiros - da zero hora de domingo passado - onde divaga a respeito do "escrever à mão": quem ainda faz isso? hoje em dia tudo é no computador, computador, computador... [repita isso várias vezes, que bonito]. a vida anda rápida demais, parece que as coisas tem que acontecer "ontem"... um pouco mais de poesia, paciência e calma "é para os fracos".


.
"Sei que é bobagem tentar parar o tempo: recusar-se a aceitar os avanços da tecnologia é uma forma de lutar contra a ideia da morte. O problema é que nem tudo considero um avanço: viver sem poesia é evoluir? Aprecio muito a vida prática e funcional, mas às vezes bate saudade das coisas que davam defeito, como o ruído do vinil ou a longa espera da chegada de uma carta. Até a caligrafia enigmática dos médicos há de fazer falta. (...) "...enquanto pertencer a este mundo, ainda pretendo encontrar bilhetes escritos à mão no travesseiro ao lado do meu e poder deixar um recado escrito com batom no espelho do banheiro. Mas pra já. O direito de sermos deliciosamente cafonas está encurtando."
.

[me identifiquei porque também gosto de velharias, e tenho certas restrições à internet. ainda dou muito valor a cartas, cartões, bilhetes... tenho uma pequena coleção de lembranças nas gavetas - muitos esperando pela próxima faxina.]

.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

.[re]virando

.entre o trabalho, o café e o ócio, um pouquinho dela: rita apoena - cartas antigas V e VI.
metafóricas e poéticas.
[sempre tem farelinhos do blog dela aqui no meu - junto aos farelos de chocolate aqui no teclado.]




"(…) Quanto tempo a gente leva para repousar os olhos nas pessoas ao nosso redor? E ir deslizando pelos pequenos detalhes, na beleza não manifesta e, ao mesmo tempo, ofuscante? Quanto tempo a gente leva para repousar os olhos nos olhos do outro, sem qualquer pressa, sem procurar ali dentro o próprio reflexo? Foi esses dias, eu aninhei as mãos de minha avó por dentro das minhas, encostando o meu rosto em seus dedos tão frios, como se ela tivesse acabado de nascer em seu corpinho já envergado pelo tempo e marcado pelos dias. Naquele segundo, eu entendi que nada era mais urgente, nem mais importante, do que ouvir a minha avó reaprendendo a falar… e que eu sequer começaria a ver alguém – além de mim mesma – se não pudesse enxergar as pessoas para as quais olhei a vida inteira."

*

"(…) será que, às vezes, a gente vai com tanta pressa ao encontro de alguém que se esquece de se levar junto? Será que o Sol, quando é muito forte, faz a sombra chegar primeiro do que a gente? Será que é assim que tudo acaba? Ou nem mesmo começa? Acordei com uma fresta de luz brincando na cama, o sol deitando a sombra das folhas em minhas pálpebras. E era tão bonito e simples ver a luz pintando os móveis de colorido que entendi o fim de um casamento: nenhum amor floresce preso numa casa, sem contemplar, por instantes, a luz de uma tarde… Então, guardei aquela fotografia por dentro dos meus olhos para quando eu olhar você. E você, como sempre, não me respondeu palavras, não me escreveu palavras, mas quando o sol foi sumindo, me estendeu sorrindo o seu cachecol xadrez."
.