sábado, 16 de outubro de 2010

.o mundo


"Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.

- O mundo é isso - revelou. - Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.

Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueirinhas iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo."

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[eduardo galeano, "o livro dos abraços" - é por aqui que me perco nestes dias.]

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

.e ele me conquistou...

título de guria apaixonadinha, né??? e estou mesmo: bati o olho e disse"eu quero!". e agora eu tenho. =)
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ando completamente apaixonada pelo "o livro dos abraços", do eduardo galeano [ele mesmo, que escreveu "as veias abertas da américa latina"]. como traz a descrição da contra-capa:

"Tratar a memória - sua memória pessoal e a nossa memória coletiva, da América - como coisa viva, bicho inquieto: assim faz Eduardo Galeano quando escreve. Ele mostra que a história pode - e deve - ser contada a partir de pequenos momentos, aqueles que sacodem a alma da gente sem a grandiloquência dos heroísmos de gelo, mas com a grandeza da vida."

e finaliza:

"Abra este livro com cuidado: ele é delicado e afiado como a própria vida. Pode afagar, pode cortar. Mas seja como for, como a própria vida, vale a pena."

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recordar: Do latim re-cordis, voltar a passar pelo coração.

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[logo eu posto mais trechos dele, certamente.]