sábado, 31 de dezembro de 2011

.até... [?]

"Acredito que a escrita seja uma ferramenta de libertação. A escrita literária não é um pensamento, mas um afeto."

.adélia prado



.4 anos. minhas visitas aqui ao blog foram diminuindo gradativamente. comecei tudo lá no meio das insanidades de final de ano em 2007. e, olhando agora o histórico do blog, percebi que o número de postagens foi diminuindo conforme minha mente irriquieta se organizava. acho que é em meio ao caos que eu mais produzo aleatoriedades. agora isso já passou, e vir aqui foi perdendo o sentido. nem tempo tenho mais também. e, apesar disso, notei que, quanto eu menos postava, mais apareciam seguidores [hoje, estão em 220]. vai entender?

espero que esse espaço aqui [de muitos recortes, de muitos autores] tenha sido de alguma forma útil aos seus visitantes. mas é bem possível que eu não volte mais. deixo aqui só o mofo do passado, traças e teias de aranha por todos lados. e não vou esquecer das pessoas que conheci por aqui... muita gente boa, com quem mantenho contato até agora.

enfim, sem mais delongas, me despeço. muito obrigada, visitantes, por perderem seu tempo aqui, comigo.



domingo, 27 de novembro de 2011

.pequena coletânea do 'gostar'

.então que fui dar uma passada no twitter do carpinejar nessa manhã de domingo [que começou meio às avessas] e tirei alguns posts recentes que achei interessantes. há tempo eu não visitava aqueles lados...

"Confusão do amor: acreditar que compreender é pensar igual, que concordar é repetir."

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"Toda mulher tem um amante no armário: os sapatos."

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"
A maior parte das discussões amorosas é a tentativa de controlar o que nem vai acontecer."

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"Depois da separação, descobrimos aquilo que deveríamos ter dito. Mas já não tem sentido dizer."

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"
Hoje temos que justificar mais a fidelidade do que a infidelidade."


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"Mais do que aquilo que sonho de noite, tento entender o que sonhei acordado."

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

.dentro de um abraço


"Onde é que você gostaria de estar agora, nesse exato momento?

Fico pensando nos lugares paradisíacos onde já estive, e que não me custaria nada reprisar: num determinado restaurante de uma ilha grega, na beira de diversas praias do Brasil e do mundo, na casa de bons amigos, em algum vilarejo europeu, numa estrada bela e vazia, no meio de um show espetacular, numa sala de cinema vendo a estreia de um filme muito esperado, e principalmente, no meu quarto e na minha cama, que nenhum hotel cinco estrelas consegue superar - a intimidade da gente é irreproduzível.

Posso também listar os lugares onde não gostaria de estar: num leito de hospital, numa fila de banco, numa reunião de condomínio, presa num elevador, em meio a um trânsito congestionado, numa cadeira de dentista.


E então? Somando os prós e os contras, as boas e más opções, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

Meu palpite: dentro de um abraço.


Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço, se dissolve.


Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.


O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.


Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em família onde todos estão se divertindo, num final de tarde de frente para o mar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?


Difícil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor, senão dentro do primeiro abraço? Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele. Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legítimo, mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria. Entrando na semana dos namorados, recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te baste."



[martha medeiros - primeira crônica do "feliz por nada", publicada em 12 de junho de 2008]

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sábado, 8 de outubro de 2011

.da ausência

.acho ótimo esse comercial. a mim, faz muito sentido.



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e por falar em ausência...


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terça-feira, 13 de setembro de 2011

."intimidade...


"...é quando a vida da gente relaxa diante de outra vida e respira macio.
Não há porque se defender de coisa alguma
nem porque se esforçar para o que quer que seja. O coração pode espalhar os seus brinquedos.
Cantar a música que cada instante compõe.

Bordar cada encontro com as linhas do seu próprio novelo.

Contar as paisagens que vê enquanto cria o caminho.
Andar descalço, sem medo de ferir os pés."

[ana jácomo]

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

.seletividade


"Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias."

[c.f.a]

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

.padrões

.me deu vontade de clarice lispector hoje...

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"Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser... Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhecem; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!! Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência.
E você... O que pensa disso?

Que desafio, hein?
"... Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la...""

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"Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado com papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, então raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos."
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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

.pontualidade

.texto que caiu na prova de português do concurso que fiz ontem [e eu adorei! tri feliz em ler carpinejar num momento tão chatinho como aquele...].

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"Não me importo de esperar vinte minutos com a mão na maçaneta enquanto diz que já está pronta para trocar novamente de vestido. Não me importo de esperar dez minutos sozinho no saguão do cinema cumprimentando conhecidos e tentando segurar o refrigerante e os dois baldes de pipoca enquanto vai ao banheiro. Não me importo de esperar chegar em casa para que me diga quem é o amigo que a abraçou efusivamente na festa. Não me importo de esperar três horas na salinha do hospital para saber se a nossa criança nasceu. Não me importo de esperar as longas conversas de sua mãe sobre o meu temperamento. Não me importo de esperar seu corte de cabelo, que sempre envolve pintura, hidratação e escova. Não me importo de esperar a aprovação de suas amigas. Não me importo de esperar nossos filhos regressarem das baladas para me enfurnar em seu cheiro. Não me importo de esperar que tranque as portas antes de tirar o salto. Não me importo de esperar que volte das lojas com as sacolas dentro das outras sacolas para parecer que gastou menos. Não me importo de esperar que faça as pazes com Deus. Não me importo de esperar quando arruma o armário e doa metade das roupas. Não me importo em esperar que encontre a roupa que já deu na semana passada. Não me importo de esperar que o filme acabe para namorar. Não me importo de esperar que devolva as cobertas que rouba para seu lado de noite. Não me importo de esperar você consultar suas mensagens antes de sair. Não me importo de esperar sua irritação em dias de chuva. Não me importo de esperar você nunca me retornar ligações depois das reuniões. Não me importo de esperar que se acorde no domingo, com receio de que fique nublada. Não me importo de esperar que o ciúme desapareça e volte a me ver como se eu fosse somente seu. Não me importo de esperar sua TPM. Não me importo de esperar o melhor momento para viajar. Não me importo de esperar o tempo que precisa para descobrir que me ama. Ou o tempo que precisa para descobrir que não me ama. Não me importo de esperar que venha de repente nossa música no rádio. Não me importo de esperar as revelações de fotografias de sua máquina antiga. Não me importo de esperar o embrulho de um presente. Não me importo de esperar suas discussões de fim de noite. Não me importo de esperar seu beijo de café cortado. Não me importo de esperar sua ressaca depois da dança.


O que desejo dizer é que não precisa se apressar. Nunca chegará atrasada porque sempre estarei a esperando."


[.fabrício carpinejar]

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.trilha sonora...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

.da razão



.lembrei de uma amiga ao ver essa tirinha. onde todos tem a razão, nada muda. todos são muito cheios de si. surdos... e cegos.

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segunda-feira, 25 de julho de 2011

.curtas

.cansada dos excessos, eu quero as exceções.
quero descansar. deitar na grama pra olhar o sol. ou as estrelas. dormir. ficar de preguiça. viajar. não ter tanto horário a cumprir, ou tanta responsabilidade me esperando. tanta gente me cobrando. [ou pior de tudo: minha auto-cobrança exagerada.]
respirar leve. soltar as amarras. ficar perto de quem me faz bem.



[acho que preciso seriamente de férias...]

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terça-feira, 19 de julho de 2011

.tempos idos

.trechinho da coluna da martha medeiros - da zero hora de domingo passado - onde divaga a respeito do "escrever à mão": quem ainda faz isso? hoje em dia tudo é no computador, computador, computador... [repita isso várias vezes, que bonito]. a vida anda rápida demais, parece que as coisas tem que acontecer "ontem"... um pouco mais de poesia, paciência e calma "é para os fracos".


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"Sei que é bobagem tentar parar o tempo: recusar-se a aceitar os avanços da tecnologia é uma forma de lutar contra a ideia da morte. O problema é que nem tudo considero um avanço: viver sem poesia é evoluir? Aprecio muito a vida prática e funcional, mas às vezes bate saudade das coisas que davam defeito, como o ruído do vinil ou a longa espera da chegada de uma carta. Até a caligrafia enigmática dos médicos há de fazer falta. (...) "...enquanto pertencer a este mundo, ainda pretendo encontrar bilhetes escritos à mão no travesseiro ao lado do meu e poder deixar um recado escrito com batom no espelho do banheiro. Mas pra já. O direito de sermos deliciosamente cafonas está encurtando."
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[me identifiquei porque também gosto de velharias, e tenho certas restrições à internet. ainda dou muito valor a cartas, cartões, bilhetes... tenho uma pequena coleção de lembranças nas gavetas - muitos esperando pela próxima faxina.]

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

.[re]virando

.entre o trabalho, o café e o ócio, um pouquinho dela: rita apoena - cartas antigas V e VI.
metafóricas e poéticas.
[sempre tem farelinhos do blog dela aqui no meu - junto aos farelos de chocolate aqui no teclado.]




"(…) Quanto tempo a gente leva para repousar os olhos nas pessoas ao nosso redor? E ir deslizando pelos pequenos detalhes, na beleza não manifesta e, ao mesmo tempo, ofuscante? Quanto tempo a gente leva para repousar os olhos nos olhos do outro, sem qualquer pressa, sem procurar ali dentro o próprio reflexo? Foi esses dias, eu aninhei as mãos de minha avó por dentro das minhas, encostando o meu rosto em seus dedos tão frios, como se ela tivesse acabado de nascer em seu corpinho já envergado pelo tempo e marcado pelos dias. Naquele segundo, eu entendi que nada era mais urgente, nem mais importante, do que ouvir a minha avó reaprendendo a falar… e que eu sequer começaria a ver alguém – além de mim mesma – se não pudesse enxergar as pessoas para as quais olhei a vida inteira."

*

"(…) será que, às vezes, a gente vai com tanta pressa ao encontro de alguém que se esquece de se levar junto? Será que o Sol, quando é muito forte, faz a sombra chegar primeiro do que a gente? Será que é assim que tudo acaba? Ou nem mesmo começa? Acordei com uma fresta de luz brincando na cama, o sol deitando a sombra das folhas em minhas pálpebras. E era tão bonito e simples ver a luz pintando os móveis de colorido que entendi o fim de um casamento: nenhum amor floresce preso numa casa, sem contemplar, por instantes, a luz de uma tarde… Então, guardei aquela fotografia por dentro dos meus olhos para quando eu olhar você. E você, como sempre, não me respondeu palavras, não me escreveu palavras, mas quando o sol foi sumindo, me estendeu sorrindo o seu cachecol xadrez."
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quinta-feira, 23 de junho de 2011

.sobre ser feliz

.ontem fui dar boa noite ao meu mais recente "filho" adotivo, um ex cão de rua. fiz carinho, abracei, deitei a cabeça em cima dele, e o querido ali... praticamente ronronando como um gato [acho que nunca recebeu tanta atenção nessa vida]. minha mãe só olhou apavorada: "filha, vai te encher de pêlos!!!". eu só respondi: "mãe, me deixa ser feliz?"

[sim, ele perde horrores de pêlos, mas e daí?]


[a alegria mora na simplicidade.]
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"
Basta um gesto de carinho: da tristeza se fará a felicidade."

http://www.vira-latas.com/

sábado, 11 de junho de 2011

.o dia em uma palavra[3]


contradição

con.tra.di.ção
sf (lat contradictione) 1 Ação de contradizer; afirmação em contrário do que foi dito. 2 Incoerência entre afirmações atuais e anteriores, entre palavras e ações. 3 Oposição entre duas proposições, das quais uma exclui necessariamente a outra. Espírito de contradição: a) disposição de ânimo ou índole que leva a contradizer constantemente o que outro diz ou faz; b) indivíduo de má índole que está sempre em desacordo com os outros.

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trilha sonora...


terça-feira, 7 de junho de 2011

."celebração...

...de bodas da razão com o coração."


"Para que a gente escreve, se não é para juntar nossos pedacinhos? Desde que entramos na escola ou na igreja, a educação nos esquarteja: nos ensina a divorciar a alma do corpo e a razão do coração.

Sábios doutores de Ética e Moral serão os pescadores das costas colombianas, que inventaram a palavra sentipensador para definir a linguagem que diz a verdade."


[.eduardo galeano]
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quarta-feira, 25 de maio de 2011

.o dia em uma palavra [2]

estafa

es.ta.fa
sf (ital staffa) 1 Ato ou efeito de estafar. 2 Trabalho afadigoso. 3 Cansaço, fadiga. 4 gír no jogo Engano com destreza; alicantina. 5 pop Roubo astucioso; logro. Var: estafadeira, estafe.

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trilha sonora...


[quê? sinceramente... aguardando a chuva dessa noite.]

terça-feira, 24 de maio de 2011

.impossível

.passei para atualizar o blog e dar sequência ao "o dia em uma palavra", mas hoje está impossível. precisaria de um dicionário inteiro. não acho uma palavra que resuma tudo, vou arranjar algum neologismo...







[tá, quem sabe outra hora.]

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domingo, 22 de maio de 2011

.o dia em uma palavra[1]

amizade

a.mi.za.de
sf (lat amicitate) 1 Sentimento de amigo; afeto que liga as pessoas. 2 Reciprocidade de afeto. 3 Benevolência. 4 Amor.

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trilha sonora...

terça-feira, 17 de maio de 2011

.do sentido

.eis que retorno, aproveitando um breve momento de ócio. e também porque recebi algo por e-mail que acho legal compartilhar [e são poucos os e-mails aproveitáveis...].


.assim dizia: "campanha publicitária do citibank espalhada pela cidade de são paulo através de outdoors" - não sei se é isso mesmo, mas é bem válido ler:

"
Crie filhos em vez de herdeiros."


"
Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."

"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."

"
Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."


"
Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."


"
Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"


"Quantas reuniões foram mesmo esta sem
ana? Reúna os amigos."

"
Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."


"
... e quem sabe assim você seja promovido a melhor ( amigo / pai / mãe / filho / filha / namorada / namorado / marido / esposa / irmão / irmã.. etc.) do mundo!"


"
Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."


E para terminar:


"Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas e não o seu preço."



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segunda-feira, 25 de abril de 2011

.sempre ela

.acho esse texto muito, muito bonito... rita apoena me encanta.


"Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava deveria existir em algum lugar do planeta. Nem se fosse apenas dentro de mim... Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas em que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas."

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terça-feira, 12 de abril de 2011

.parece não ter sentido*...

definitivamente não acredito em coincidências. as coisas são como devem ser. as pessoas não dão ponto sem nó [exceto os distraídos]. calvin estava certo ao dizer que vida fica bem mais fácil se você mantiver as expectativas de todo mundo baixas. previsibilidade me dá sono. surpresas me agradam. educação decente poucos tem. certas coisas vem de berço. e cada um tem o que merece, cava sua própria cova ou constrói os degraus de sua escada. mas nem sempre é fácil fazer escolhas ou, melhor ainda, aceitar suas consequências. há um preço a se pagar.

[... *mas tem.]


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terça-feira, 29 de março de 2011

.o cinza



[nada anda tão preto no branco, nem mesmo esses dias.]
- belos dias, aliás.

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sábado, 5 de março de 2011

.de pernas pro ar [2]

.se alice voltasse

"Há cento e trinta anos, depois de visitar o País das Maravilhas, Alice entrou num espelho para descobrir o mundo ao avesso. Se Alice renascesse em nossos dias, não precisaria atravessar nenhum espelho: bastaria que chegasse à janela."
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"No século XXI, o mundo ao avesso está à vista de todos; o mundo tal qual é, com a esquerda na direita, o umbigo nas costas e a cabeça nos pés."

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."de pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso", do eduardo galeano: here, in my arms... in my hands. :)
ando encantada pelos escritos desse autor.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

.de pernas pro ar


.minhas andanças em livrarias nos últimos dias me deixaram cheia de vontades. ando com pouco tempo para leituras aleatórias, porque meus estudos e trabalho ocupam a maior parte do tempo [e não abro mão de dormir, nem pensar!]. mas já estão na lista alguns livros que vou ter que dar um jeito de comprar...
.
semana passada encontrei na livraria cultura, do bourbon em porto alegre, quatro livros em espanhol que muito me interessaram: "los tres mosqueteros", "el mago de oz", "alicia en el país de las maravillas" [já li, mas quero ver esta versão!] e uma coletânea linda do neruda, que agora não recordo o nome ao certo... fora uma coleção maravilhosa de tirinhas do snoopy, divididas por ano... desde o início, em 1950 [mas quase saí depressiva depois de ver o preço dela...].

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e ontem vi na saraiva, aqui em caxias, outro livro, do eduardo galeano, que me deixou bem curiosa: "de pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso". tive uma impressão muito boa dele [e.g.] lendo "o livro dos abraços", do qual retirei vários trechos para postar aqui no blog, e esse também me pareceu bastante interessante [dei uma lida bem rápida]. seguem uns trechinhos que podem explicar o por quê...



Caminhar é um perigo e respirar é uma façanha nas grandes cidades do mundo ao avesso. Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo: uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm. O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos. Estamos condenados a morrer de fome, morrer de medo ou a morrer de tédio, isso se uma bala perdida não vier abreviar nossa existência.

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Num mundo que prefere a segurança à justiça, há cada vez mais gente que aplaude o sacrifício da justiça no altar da segurança. Nas ruas das cidades são celebradas as cerimônias. Cada vez que um delinquente cai varado de balas, a sociedade sente um alívio na doença que a atormenta. A morte de cada malvivente surte efeitos farmacêuticos sobre os bem-viventes. A palavra farmácia vem de phármakos, o nome que os gregos davam às vítimas humanas nos sacrifícios oferecidos aos deuses nos tempos de crise.


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ps: 2 centenas de seguidores hoje! e eu que sempre fiz isso aqui por diversão/distração mesmo... o.O

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

.compêndio [de aleatoriedades]


.certos dias me cansam muito. e, quanto mais eu me canso, menos vontade tenho de postar qualquer coisa aqui. daí aparece a cris e diz que tem saudade da leveza com que vejo a vida [e eu também procuro por onde perdi isso]. e depois novos seguidores começam a pipocar do nada. e então eu volto. aos poucos, mas volto.

.não sei se sou eu que me consumo, ou a vida que me consome. tem dias que a gente nada contra a maré sem limites. que estupidez. eu não precisava ser tão mula às vezes. nem querer ser a salvadora de tudo e todos. preciso aprender a viver apenas minha vida; vou deixar os problemas alheios a quem os pertence. coisa séria. mania de querer resolver o que não está a meu alcance. acabo me perdendo de mim mesma... e isso definitivamente não agrega nada.


*

mário quintana fala por mim:


"Dos nossos males

A nós bastem nossos próprios ais,

Que a ninguém sua cruz é pequenina.

Por pior que seja a situação da China,

Os nossos calos doem muito mais...
"

.

"A verdadeira arte de viajar

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,

Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.

Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...

Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
"

.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

.free hugs

.achei linda a tirinha!


[enriqueta e fellini- por liniers.]

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

.volver


.a querida Cris, do @Café, veio me dizer hoje, no facebook, que sente saudade da minha leveza de ver a vida com poesia. eu também sinto! a correria do dia-a-dia sufoca a gente, certas coisas vão sendo deixadas em segundo, terceiro, quarto planos.
mas esse recado me fez remexer na minha estante de livros, todos cheios de pétalas do jardim que ganhei. e, no meio da bagunça, peguei um livro do neruda, onde mora a flor que nunca vai morrer. e de lá retirei o seguinte trecho para hoje:


"Qué distancia en metros redondos
Que distância em metros redondos

hay entre o sol y las naranjas?

há entre o sol e as laranjas?


Quién despierta al sol cuando duerme

Quem desperta o sol quando dorme

sobre su cama abrasadora?

sobre sua cama abrasadora?


Canta la tierra como un grillo
Canta a terra como um grilo
entre la música celeste?

entre a música celeste?


Verdad que es ancha la tristeza,
É mesmo ampla a tristeza
delgada la melancolía?"

e tênue a melancolia?"



[pablo neruda - "livro das perguntas", páginas 64 e 65.]

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

.assim não pode



.to com o blog entregue às traças!!! não consigo mais parar pra atualizar isso aqui!

andei lendo uma reportagem bem interessante e polêmica sobre relacionamentos "modernos" no caderno donna, da zero hora de domingo passado, e queria postar uns trechos aqui para ver a opinião de vocês, visitantes/seguidores... mas acho que só em fevereiro conseguirei! hahah
de momento, fica esse meu post "naftalina", na tentativa de não deixar o mofo tomar conta.

eu volto, eu volto!

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"Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim."

[caio f.]

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

.confissão

.pra começar o ano aqui no blog** com as leves palavras dela...

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[rita apoena] "não tenho cadernos
tudo o que eu escrevo
escrevo nas paredes do meu quarto
se é para estar presa:
que seja entre quatro poemas." [/rita apoena]

.


**aliás, três anos de blog já!!! o.O