quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

.volver


.a querida Cris, do @Café, veio me dizer hoje, no facebook, que sente saudade da minha leveza de ver a vida com poesia. eu também sinto! a correria do dia-a-dia sufoca a gente, certas coisas vão sendo deixadas em segundo, terceiro, quarto planos.
mas esse recado me fez remexer na minha estante de livros, todos cheios de pétalas do jardim que ganhei. e, no meio da bagunça, peguei um livro do neruda, onde mora a flor que nunca vai morrer. e de lá retirei o seguinte trecho para hoje:


"Qué distancia en metros redondos
Que distância em metros redondos

hay entre o sol y las naranjas?

há entre o sol e as laranjas?


Quién despierta al sol cuando duerme

Quem desperta o sol quando dorme

sobre su cama abrasadora?

sobre sua cama abrasadora?


Canta la tierra como un grillo
Canta a terra como um grilo
entre la música celeste?

entre a música celeste?


Verdad que es ancha la tristeza,
É mesmo ampla a tristeza
delgada la melancolía?"

e tênue a melancolia?"



[pablo neruda - "livro das perguntas", páginas 64 e 65.]

.

3 comentários:

@Café disse...

minha linda...ando numa fase que confesso sua homenagem me pós a chorar.. coração anda fraco.. mas voltará mais corajoso... obrigada!!!

.ana disse...

cris! na fraqueza que vemos nossa força! e desabafar assim significa fortaleza.
;)

Andréia Silva disse...

Lindo, lindo!