segunda-feira, 1 de novembro de 2010

.a pálida

[uma bela descrição daqueles dias que não conseguimos descrever - e é isso mesmo, aparentemente sem sentido.]


"No café da manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas. E tem dias em que me sinto estrangeiro em Montevidéu e em qualquer outra parte. Nesses dias, dias sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é o meu lugar e não consigo me reconhecer em nada, em ninguém. As palavras não se parecem àquilo que dão nome, e não se parecem nem mesmo ao seu próprio som. Então não estou onde estou. Deixo meu corpo e saio, para longe, para lugar nenhum, e não quero estar com ninguém, nem mesmo comigo, e não tenho, nem quero ter, nome algum: então perco a vontade de me chamar ou de ser chamado."

[eduardo galeano.]

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9 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o texto. Em partes me descreveu. As vezes eu saiu do meu corpo e fico voando, ontem mesmo fiz um teste na revista superinteresante que afirmou que eu sou aeria rs. Enfim, nao te dei permissao de tirar foto das minhas costas rs.
Ass.: a pálida.

.ana disse...

priscy! sorry pelo uso indevido da imagem! hahahahhah
[acertei em cheio!!!?? o.0]

Anônimo disse...

Eu só me sinto assim quando estou em uma cidade estranha, longe de casa. é uma tristeza doída que nasce.
Eu não tenho vontade de sair de onde estou, de ir morar longe, de correr o mundo. Não sei se é certo ou errado, mas quando saio da minha zona de conforto, sinto-me perdida em mim mesma.

@Café disse...

não sei se é trágico ou cômico... mas me sinto feliz por não me sentir sozinha.. qtos e tantos compartilham dessa vontade de perde-se sem se encontrar.. pelo menos até passar?!!

bjos

Nine Stecanella disse...

Gostei dessa percepção de se perder.

Jeferson Cardoso disse...

.ana, oi! Como vai? Entendo perfeitamente este pensamento de Eduardo Galeano. Às vezes sentimos essa estranheza. Vontade de recolher-se um pouco. Abraço e parabéns pela escolha para a postagem!

“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)

http://jefhcardoso.blogspot.com

Larissa disse...

que lindo, Ana... estou aqui com As veias abertas da América Latina, ainda não comecei a lê-lo, nunca li Eduardo Galeano, mas sou louca pra conhecê-lo! Mesmo!
Amei suas escolhas de textos dele aqui do blog e já havia ouvido falar muito bem dele!

;)

;*

JuWruck disse...

Olá,

Eu adorei o texto!! Há muitos momentos de minha vida que poserima ser perfeitamente descritos por este texto...até parece que foi pra mim!

Excelente!!!

Daniel disse...

Quando estou nesses momentos a nostalgia toma conta de mim e eu me afundo em músicas que sempre fizeram minha cabeça.

Obrigado pelo comentário na minha postagem sobre o nascimento da minha filhinha.
Beijos