.hoje aproveito meu espaço pra divulgar o blog da tati [visitem, visitem!]. eu simplesmente adoro o que ela escreve e vou me permitir copiar alguns trechinhos... porque às vezes eles me caem muito bem. e eu admiro muito quem consegue escrever através de metáforas sem perder a sutileza das palavras. "Eu me seguro nas pontas dos dedos, mas continuo de pé.
Eu sei que o mar não vai curar. Eu sei que as noites agitadas, iluminadas e cheias de riso não vão curar. Eu sei que as ruas, as praças e vários outros lugares vão ser sempre cheios de marcas. Que alguns lugares podem carregar espinhos que ferem exatamente as cicatrizes mais profundas. Que os sonhos vão carregar as coisas pra perto de mim de novo, tudo que eu afasto da minha mente para não pensar, porque dói e faz um corte tão profundo, que nessas horas meu respiro é fraco e a minha garganta seca. Eu fico pensando naquela frase "não vai passar, mas vai melhorar" e eu sei que é sempre assim. A dor às vezes não precisa de chuva pra latejar tanto, ela só vem e dorme agarrada na gente e nem água pode fazer ela sumir. Mas eu sei que logo venta e ela poderá adormecer longe de mim."
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"narciso;
Meus olhos já tem calos para essas tuas mentiras tolas, nessa tentativa escassa de tentar passar o tempo e a vida. Vive a vida, vive! É o máximo que posso te dizer. Mas vive com a coragem de quem anda sobre o fio da navalha. Com quem tem coragem de manter o peito aberto. Já era tempo de abrires os olhos para o resto do mundo, antes de escondê-los sempre pra dentro do teu peito, tão cheio de afetos emoldurados em vidros quebrados. Poesia só me faz sentido se é feita por quem vive, definhando, amando, vibrando, por quem sente e não chora escondido no colo do pai. Não vale nada pra quem anda de sapatos amarrados, com a corda no pescoço no meio do salão. Grita que tu gritas pra ti mesmo e só a ti queres ouvir. Já cansei tanto de ter tuas palavras que me calo por ti."
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"Confesso (2).
Estou cansada desse ritual social, de todas essas conversas que se desenrolam do mesmo jeito sempre, nas mesas dos mesmos bares, no meio do mesmo círculo de pessoas, que talvez mude uma ou duas, mas saem as mesmas histórias, as mesmas conversas, os mesmos assuntos. Qualquer assunto que há entre todos uma certa ligação, mas na verdade estão todos tão distantes de qualquer coisa que se sinta dentro do peito. Risos tão altos e tão condicionados por esse ritual todo.
Estou cansada dessa importância toda ao círculo e a diversão que podem sucumbir uma relação próxima. De ter como desculpa sempre uma falta de consciência.
Estou sem paciência com metade do mundo e talvez isso seja só uma necessidade urgente de paz."
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