trechinho bem interessante do "Humano, Demasiado Humano" do Nietszche.
"O Prazer no Costume
Uma importante variedade do prazer e, com isso, fonte da moralidade, provém do hábito. O usual faz-se mais facilmente, melhor, portanto, com mais agrado, sente-se nisso um prazer e sabe-se, por experiência, que o habitual deu bom resultado, daí é útil; um costume, com o qual se pode viver, está provado que é salutar, proveitoso, ao contrário de todas as tentativas novas, ainda não comprovadas.
O costume é, por conseguinte, a união do agradável e do útil; além disso, não exige reflexão. Assim que o homem pode exercer coação, exerce-a para impor e introduzir os seus costumes, pois para ele, eles são a comprovada sabedoria prática.
De igual modo, uma comunidade de indivíduos obriga cada um deles ao mesmo costume.
Aqui está a conclusão errada: porque uma pessoa se sente bem com um costume ou, pelo menos, porque por intermédio do mesmo assegura a sua existência, então esse costume é necessário, pois passa por ser a única possibilidade de uma pessoa conseguir sentir bem; o agrado da vida parece emanar exclusivamente dele. Esta concepção do habitual como uma condição da existência é aplicada até aos mais pequenos pormenores do costume: dado que o conhecimento da verdadeira causalidade é muito escasso entre os povos e as civilizações que se encontram a um nível baixo, vela-se, pois, com supersticioso receio, por que tudo continue a seguir com o mesmo andamento; mesmo quando o costume é dificil, austero, incômodo, é conservado, devido à sua utilidade aparentemente superior.
Não se sabe que o mesmo grau de bem-estar também pode existir com outros costumes e que até é possível alcançar graus mais elevados. Mas aquilo que se percebe bem é que todos os costumes, até os mais austeros, com o tempo se tornam mais agradáveis e suaves e que até o modo de vida mais severo se pode tornar um hábito e, portanto, um prazer. "
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tá, pode parecer meio complicado, meio confuso, eu sei. então, pra descontrair um pouco:
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[ah, também tem a ver com o assunto, né? =D e eu concordo plenamente.]
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