sexta-feira, 6 de junho de 2008

.de Porto, em Porto

Porto Alegre sempre me reserva coisas interessantes.
Caramba, que saudade de morar aqui.
.
A nostalgia é imensa... chegar, dar de cara com o Guaíba... passar pela Osvaldo Aranha, olhar pro prédio onde eu morava [e hoje dei uma de louca, fui dar um oi pro porteiro, e pedir um favor também...].
.
E qual é a probabilidade de encontrar uma ex-amiga, sendo que só fico três dias aqui? Pois é, pensei na guria e no minuto seguinte ela apareceu na minha frente. E fez de conta que não me viu. Meu sexto sentido não falha, cada vez me convenço mais...
.
Passar pela UFRGS, pelos prédios onde eu estudei... e trabalhei também. O laboratório no antigo prédio da Medicina. Tudo ainda no mesmo lugar, com as mesmas paredes caindo, sem pintura, sem cor. Poucos prédios em reforma.
.
Almoçar no restaurante de sempre, que mudou de nome, e de donos... [a comida também já não é a mesma, perdi minha lasanha de espinafre favorita pra sempre...].
Mas o velhinho tarado que almoça todos dias lá marcou sua presença... continua igual, com aquele jeito de olhar de revesgueio pra todas as mulheres... e o mesmo terno, com a camisa branca.
.
E descer a Andradas toda, aquele movimento desgraçado do Centro...
"ouro, píErcin e tatuage!!" [ãhn?]
"dentista, dentista! obturação, limpeza, prótese e aparelhooo" [!!!]
Um caos completo...
Só depois de passar pela Praça da Alfândega acalma um pouco. Aliás, hoje tinha meia dúzia de indiozinhos - engraçadinhos, de roupas verdes, todas iguais - cantando lá, em troca de umas poucas moedas... Aqui sempre se vê de tudo um pouco...
.
A Rádio Guaíba [clássica] ali na Caldas Júnior... bem na esquina tem o estúdio aberto, todo de vidro... estavam apresentando um programa de debate de sei lá o que... e o povo parado ali, olhando e escutando...
.
No final, a Casa de Cultura Mário Quintana, o hotel onde ele morava. Um paraíso no meio do inferno do Centro... Sempre que posso, faço uma visitinha... tem um pequeno museu com pertences dele, fotos e livros... E o quarto também, com vários objetos que pertenceram a ele, e algumas réplicas... [digamos que o Quintana vivia numa bagunça organizada... adoro!].
E o café lá é bem legal... lugarzinho bom pra parar tudo e não se fazer mais nada.
.
Voltar e ver que a Redenção continua a mesma... a única coisa diferente é a placa nova do parquinho.
No mais, tudo segue igual.
As pessoas, o barulho, a sujeira da cidade...
Pra onde, apesar de tudo, eu ainda quero voltar muitas vezes.
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

.

"Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo..."

[mário quintana]

2 comentários:

Alternativa disse...

o tempo passa realmente, as coisas raramente mudam de lugar...
mas o impressionante é perceber que quem mudou muito foi voce!
Tenho essa exata sensação qdo vou a Curitiba... nastalgia so eh bom qdo percebemos que estamos melhor! Graças a Deus! bjs

.ana disse...

e não há dúvida que hoje me sinto bem melhor...
o negócio é ir pra frente!

=)