sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

.para ler, para ouvir e para sentir

[siga a ordem que preferir...]



.[1]a crônica que não postei ontem:



“Não é nenhuma novidade que dinheiro, viagens, status, beleza e outras coisinhas mundanas são sonhos de consumo, mas não dão sentido à vida de ninguém. A única coisa que justifica nossa existência são as relações que a gente constrói. Só os afetos é que compensam a gente viver uma vida inteira sem saber de onde viemos e para onde vamos. Diante da pergunta enigmática – por que estamos aqui? –, só nos consola uma resposta: para dar e receber abraços, apoio, cumplicidade, para nos reconhecermos um no outro, para repartir nossas angústias, sonhos, delírios. Para amar, resumindo.

Piegas? Depende de como essa história é contada. Se é através de um Power Point – aqueles textinhos cheios de flores acompanhados de musiquinha romântica –, qualquer mensagem, por mais filosófica e genial que seja, fica piegas de doer. Mas se é através de um filme inteligente, sarcástico, tragicômico como
Invasões bárbaras
, o piegas passa à condição de arte.
O filme é uma continuação de
O declínio do império americano. Naquele, um grupo de amigos se encontrava numa casa à beira de um lago e discutia sobre vida, morte, sexo, política, filosofia. Em Invasões bárbaras
, esses mesmos amigos, quase 20 anos depois, se reencontram por causa da doença de um deles, que está com os dias contados. Descobrem que muitos dos seus ideais não vingaram, que muita coisa não saiu como o planejado, só o que sobrou mesmo foi a amizade entre eles. E a gente se pergunta: há algo mais nesta vida pra sobrar? Quando chegar nossa hora, o que realmente terá valido a pena? Os rostos, nomes, risadas, pernas, beijos, olhares que nos fizeram felizes por variados e eternos instantes.

Pais e filhos, maridos e mulheres, amantes e amigos: são eles que sustentam a nossa aparente normalidade, são eles que estimulam a nossa funcionalidade social. Se não for por eles, se não houver um passado e um presente para com eles compartilhar, com que identidade continuaremos em frente, que história teremos para carregar, quem testemunhará que aqui estivemos? Só quem nos conhece a fundo pode compreender o que nos revira por dentro, qual foi o trajeto percorrido para chegarmos neste exato ponto em que estamos, neste estágio de assombro ou alegria ou desespero ou sei lá, você que sabe em que pé andam as coisas. Se não nos conheceram, se não nos desvendaram, se ninguém aplicou um raio X na gente, então não existimos, o sentido da vida foi nenhum.

Todas as pessoas querem deixar alguns vestígios para a posteridade. Deixar alguma marca. É a velha história do livro, do filho e da árvore, o trio que supostamente nos imortaliza. Filhos somem no mundo, árvores são cortadas, livros mofam em sebos. A única coisa que nos imortaliza – mesmo – é a memória de quem amou a gente.



[retirado do ‘coisas da vida’ - martha medeiros – página 130.]



.[2]uma música que amo


e...



.[3]um colo e um abraço apertado


.

[ps: em breve posto mais um selinho que ganhei da moony! hoje preciso ficar por aqui mesmo...]

7 comentários:

Larissa disse...

Que colo bommm!
Show a música!
=*

Guiga disse...

Dizia Adélia Prado que o que a memória amou fica eterno, acho tão verdadeiro :)

Amei o post, e tô ouvindo a canção, que gostosa!

É o Joaquim??? ooounnnnnnnn
/abraça.ele

beijo, Aninha!

.ana disse...

Gui!
não é o joaquim, mas os olhinhos de tristeza são quase iguais. =/

^^

Guiga disse...

Oinxi!

beijos com "zolhinhos" alegres no Joaquim, e outro pra vc, minha flor!

:)

Deise Duarte disse...

nem pude ler tudo... que pena!

Vou voltar para fazê-lo.

Eu fiquei imaginando a procura da lâmpada... tsc tsc...
só matando essas crianças.

beijo bela!

Anônimo disse...

Olá EAD; parabéns pelos escritos
de sua página, bem como pelo
blog em si.

Abraços Literários
Marcos Miorinni

PorEntreLetras
Oficina de Fragmentos
JanelaseTravessias
Ad hunc modo

Estou acompanhando o blog, espero que não se incomode, tudo de bom.

Anônimo disse...

De blog em blog cheguei aqui, encontrei um espaço muito agradável, pretendo voltar.
Os textos da Martha realmente são tocantes.
Bjos.