quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

.para poucos entenderem...

hahahhahah.. foi muito engraçado encontrar isso hoje.
Eu estava lendo um livro de tirinhas do Iotti, muito divertido... "Novíssimo Testamento: com Deus e o Diabo, a dupla da criação"...
Todo ele é muito bom... é como se fosse uma agência de publicidade, tendo Deus como redator e o Diabo como diretor de arte... e entre umas e outras, veio essa:



"coincidência", não???

=D

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

.dicionário para crianças

Mais uma dela, ainda...
[sim, ela mesma, uma overdose aqui no meu blog, mas é que - como praticamente tudo em minha vida - eu preciso consumir meus livros até o fim, colocar o que eu acho necessário e relevante.]

Apesar de eu ser uma dessas pessoas de “coração frio”, que preferem os animais aos seres humanos, eu gostei muito desse texto. Expressa bem a forma das crianças verem o mundo. Sem meias palavras, sem enrolação, muito clara.
Eu identifiquei adultos ali. Na forma simples e objetiva de falar do que gosta, desgosta e pensa.


[e lá vai outro texto enorme – não venham me azucrinar, dizer que é muita coisa pra ler... imagina o trabalho que eu tenho digitando sempre um montão...?]


“O menino de sete anos chegou até o pai e pediu um dicionário.
O pai lhe botou na mão um dicionário escolar, bastante simples. A criança olhou, leu, sacudiu a cabeça:
- Ta difícil, pai, isso aí não interessa. Não tem dicionário pra criança?
Hoje deve ter, mas naquele tempo não tinha. Enquanto os adultos pensavam no que fazer, o menino decidiu:
- Eu vou escrever um, posso?
Claro que podia. Pegou-se um arquivo, que ainda existe, com folhas amareladas e sua caprichada letra de menino. O alfabeto ele conhecia, escrevia direitinho, e depois de uma semana chuvosa de férias saíram vários verbetes.
Alguns deles aqui vão:

Alface. Alface é uma verdura. A alface é de comer mas eu não como alface. Ela é verde na folha e branca no cabo. Minha mãe diz que salada faz bem pra saúde mas eu não como salada. Azar o meu.
Argola. A argola é um tipo de círculo. Ela é bem redonda. Eu vi na televisão que no circo tem argolas grandes e pequenas. Os homens do circo pegavam as argolas grandes, botavam fogo, e o tigre tinha que pular no meio. Coitado do tigre.
Amigo. Amigo é uma pessoa que gosta da outra. Daí é amigo. Eu sou amigo da minha família e da família da nossa empregada. A gente devia ser amigo de todo mundo. Mas às vezes não dá.
Afogado. Afogado é uma pessoa que se afoga. Na praia eu vi pessoas afogadas e os salva-vidas iam lá e salvavam elas. Os salva-vidas são pessoas que salvam as pessoas. Um homem que se afoga mas fica vivo é porque não tinha se afogado muito. Eu nunca me afoguei.
Bonito. Bonito é uma coisa que se chama de bonito. Por exemplo: uma pessoa que seja o contrário de feia é bonita. Eu, minha mãe, meu pai e meus irmãos somos todos bonitos. Ainda bem. Mas o mundo que Deus fez é o mais bonito de tudo.
Livro. Livro é uma coisa muito boa porque eu gosto de ler. Eu já li um monte de livros mas meu irmão pequeno rasga eles. Tem uns livros que são de histórias e outros que são de estudar. Eles já são feitos para isso. Meu pai escreve livros para estudar. Nós aprendemos lendo e estudando, mas também aprendemos com as professoras ou nem precisava existir professora.
Mala. Mala é uma coisa com tampa, parece uma caixa mas não é de madeira, é de couro. A mala serve para botar a roupa quando a gente vai viajar. Não gosto de olhar uma mala porque me lembro de que às vezes meu pai viaja e quando ele viaja eu tenho saudades dele. Ainda bem que ele sempre volta.
Ninho. Ninho é uma coisa que os passarinhos fazem para morar, para dormir, para botar os ovinhos e para ter os filhotes. Numa árvore da minha casa tem um ninho de passarinho. O ninho é feito de muitas coisas que eles vão juntando por aí, pedaços de pau, pedaços de pano, folhas secas e tudo isso. O ninho do joão-de-barro é bem diferente porque parece uma casa de verdade feita de barro. O ninho do joão-de-barro parece um iglu. O iglu é a casa dos esquimós que moram no gelo. Lá deve ser muito frio.
Seco. Seco é o contrário de molhado. Por exemplo: quando não chove fica tudo seco. Quando o sol fica raiando muitos dias tudo fica seco. Sem sol nada fica seco. Aí a mãe reclama que está tudo úmido. Úmido é um tipo de molhado. Mas o sol não pode raiar o tempo todo. Porque daí todas as plantas se queimam e então também tem que existir a chuva. Que é molhada.
(...)
Xixi. Estou botando essa palavra porque só conheço essa com x mas minha mãe disse que podia. O xixi é um líquido que sai da barriga da gente. O xixi é amarelo. O xixi é importante, porque se não onde íamos botar toda a água que a gente toma? Por isso é que todos fazem xixi.
Zebu. Essa também é uma letra que eu conheço poucas palavras. O zebu é um animal. É um tipo de boi. Ele tem uma cabeça, um corpo, quatro pernas, um rabo, dois olhos, uma boca, um nariz, um pé, outro pé. E mais dois pés. O mais importante nele é o coração. Depois uns homens chegam lá e matam ele e tiram a carne dele e comem. Isso eu acho muito esquisito. E meio triste. Mas se não fosse assim como é que a gente ia comer carne.
Zero. Eu lembrei outra palavra com essa letra, o zero. O zero não é uma palavra porque é um número. Mas número a gente também escreve o nome dele. Outro dia minha mãe disse que ela é um zero na cozinha. Eu não entendi direito isso. Nota zero parece que é quando alguém é preguiçoso na escola ou burro. O zero que eu conheço é um número assim meio redondo quase como um ovo. Um cara é um zero à esquerda quando não trabalha direito. Isso aí foi meu pai quem falou.”


E aí?
Quem se anima a fazer um desses também, com toda sinceridade, conhecendo o tanto de palavras que sabidamente às vezes é melhor nem dizer?

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

.para não dizer adeus

Capítulo 29 do Pensar é Transgredir da Lya... uma poesia... "Para não dizer adeus"... parte 2.
[inclusive eu acho que não é o forte dela, mas dessa eu gostei]

"Caminho entre as minhas perdas
- que são insetos escuros -
e os meus ganhos, douradas borboletas.

A luz de uma paixão, o dedo da morte,
o lento pincel da solidão
desenharam meus contornos, firmaram
meu chão.

Que liberdade não precisar pensar;
que alívio não ter de administrar
a minha vida:
apenas andar,
apenas olhar, apenas
ouvir essa voz, essas vozes
que vêm de longe, passam por mim
e não me dão a menor importância

porque no vasto oceano
a minha eventual desarmonia
é apenas uma gota
desafinada.
Mais nada."

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

.teorias da alma [2]

“Emprestaram-me um livro onde estava sublinhada a frase: a meta da vida é a morte.
Bem, eu acredito que o final da vida é a morte, mas que a meta da vida é uma vida feliz.
Palavras gastam-se como pedras de rio: mudam de forma e significado, de lugar, algumas desaparecem, vão ser lama de leito das águas. Podem até reaparecer renovadas mais adiante.
Felicidade é uma delas.
Banalizou-se porque vivemos numa época de vulgarização de grandes emoções e desejos, tudo fast food, prêt-à-porter, pronto para o microondas, fácil e rápido... e tantas vezes anêmico.
Se por encantamento e profissão escolhi o território das palavras, sei o quanto algumas se contaminam pelo uso e se tornam agressivas ou contraditórias, têm ares de ironia ou de ingenuidade. Tornam-se confusas e ineficientes, prestam-se a mal-entendidos ou clareiam mais o significado.
Conheço um pouco o modo como se apoderam das nossas experiências e lhes dão rostos, roupas, ares que nem tínhamos imaginado.

Gosto das coisas – pessoas e palavras – desconcertantes.
Seus contornos imprecisos permitem que a gente exerça o direito de refletir e de criar em cima delas.”



[breve intromissão minha: esse último parágrafo diz tudo pra mim. e eu gosto que seja assim.]

(...)

"Precisamos superar a idéia de que estamos meramente correndo para o nosso fim, num processo de deterioração e apagamento.
Esse é o nosso fantasma mais destrutivo, pois se alimenta com nosso temor da morte, e cresce desmesuradamente porque nosso vazio interior lhe concede um espaço extraordinário.

(...)

A cada transição executamos nossos rituais, perdemos alguns bens e ganhamos outros, alguns duramente conquistados. Falo dos bens de dentro.
Esses que nem o banco fechando nem país falindo caducam; esses que nem o amado morrendo a gente perde; esses que na dor nos iluminam, na alegria nos ajudam a curtir mais, e no tédio – quando tudo parece tão sem graça – agitam correntes submersas de energia mesmo se a superfície parece morta.
Quando pensamos que tudo acabou, que nunca mais teremos alegria ou emoção, tudo isso que estava guardado e é bom emerge em plena vigência e força.
É desses tesouros que eu falo: eles podem vencer o que nos paralisa. Hão de superar essa cultura do aqui e agora, do aproveitar, do adquirir, do estar na moda, do estar por cima, do estar-se agitando e curtindo sem parar.
Na infância tudo é sempre agora.
Estamos ocupados em viver.
Aos poucos, se distinguem antes e depois, talvez pela separação momentânea de uma presença reconfortante que vai e retorna num tempo ainda não medido. A ausência se torna real num lampejo quando essa pessoa volta. “Ué, você não estava aí?”
Por fim emergimos daquelas águas mornas e percebemos que existimos – no tempo. Estamos em processo, em viagem, estamos em curso.”

(...)

Existir é poder refinar nossa consciência de que somos demais preciosos para nos desperdiçarmos buscando ser quem não somos, não podemos, nem queremos ser.”

[Lya Luft – Perdas e Ganhos]

sábado, 26 de janeiro de 2008

.teorias da alma

“Quanto mais recursos temos no campo da psicologia e dos novos conhecimentos sobre as relações humanas, mais inseguros estamos.
Quanto mais civilizados, menos naturais somos. Na época em que mais se fala em natureza estamos mais distantes dela. Ser natural passou a não ser natural.
(...)
Esquecemos o melhor mestre: o bom-senso. A escuta do que temos no nosso interior. Aquela coisa antiquada chamada intuição, lembram? Claro que para isso precisamos ter bom-senso e ter algo dentro de nós para ser escutado.
(...)
É que somos, além de aflitos, desorientados. Falta-nos o hábito de observar e de refletir. Preferimos evitar o espelho que faz olhar para dentro de nós. Cada vez mais amadurecemos tarde ou mal. Somos crianças tendo crianças.
Não gostamos de refletir e decidir: se a gente parar para pensar, tudo desmorona, me disse alguém. Temos receio de encontrar a ponta do fio dissimulada na confusão do novelo e, puxando por ela, ver tudo desmoronar.
Mas pode ser positivo: poderíamos recolher os cacos e recomeçar. Quem sabe criar uma estrutura interior mais natural e boa do que essa que fundamos, e baseados nela dar aos filhos um legado – e um recado – tranqüilo e positivo, que não está em livros nem em consultórios.
Ser natural está em grave crise.”

[Lya Luft – Perdas e Ganhos]

sem mais por hora...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

.pequeno lapso de lucidez


[porque, afinal, é muito ruim viver na inconstância. e o excesso de reflexão sempre antecede alguma decisão... ou não??]

faz parte do processo...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

.retalhos

Interrompida várias vezes pela Angie (minha filhota fucinhenta de quatro patas), estava eu, ontem, selecionando os últimos trechos do livro "A sabedoria nossa de cada dia" - que citei no post anterior - para colocar aqui.
São pequenos pedaços de grande relevância no contexto do todo. [ok, eu compliquei agora.]
Não quis buscar frases de efeito** [muitas vezes bonitas, mas superficiais], e sim parágrafos que me fizeram pensar.

** aliás, o autor não faz uso disso com freqüência, o que muito me agrada.

Sem mais delongas e, como diria um professor meu, "Não vamos masturbar as idéias" (!!!), melhor ir logo ao que interessa.


.da tranqüilidade

"Nutrir-se de tranqüilidade é fundamental para a saúde psíquica. Ser tranqüilo é desenvolver atividades com brandura, dar cada passo a seu tempo, fazer uma coisa de cada vez, saber esperar. É ter habilidade para não se estressar diante das contrariedades e para diminuir a temperatura da emoção diante das dificuldades. É viver sem atropelos e sem desespero.

Ser tranqüilo não é viver socialmente alienado, mas inteirar-se dos problemas sem ser escravo deles.
(...)
Ser tranqüilo é ser amigo da paciência e amante da tolerância. É fazer o que é possível, tendo sabedoria para aceitar o impossível. É tomar decisões, assumindo as perdas que cada escolha envolve. É saborear conscientemente cada alimento, em vez de engolir a comida."
(...)

É simplesmente impossível congelar o prazer, a tranqüilidade e a segurança no território da emoção, pois é impossível evitar o caos dessas experiências. Sua alegria vai embora; sua tristeza também. Elas jamais ficarão para sempre, mas poderão retornar num curto intervalo de tempo.

Não se preocupe quando ninguém o compreender e quando todos o rejeitarem, pois a angústia acabará indo embora. Tenha paciência para esperar que ela se dissipe. Se muitos que tiraram as próprias vidas tivessem esperado mais alguns dias ou meses, ficariam assombrados ao se darem conta do desaparecimento de suas decepções, sentimentos de culpa, angústias."


.da humildade

"As pessoas que se dizem humildes provavelmente não o são. É possível ser financeiramente pobre e ao mesmo tempo infectado pelo vírus do orgulho. É possível andar maltrapilho e ostentar o mais arrogante ar de superioridade. Há pessoas tão humildes que têm orgulho da própria humildade.
(...)
O monstro do orgulho e da arrogância, dissimulado atrás do manto fino da humildade, aparece. Qualquer pessoa - filósofos, pensadores, líderes espirituais - corre o risco de ser atingido pela soberba. (...) É importante termos consciência de que todos nós estamos contaminados pelo vírus do orgulho. E é bom saber que ele nunca morre. Basta alguém nos criticar, justa ou injustamente, para que ele se manifeste, ainda que por breves momentos."


.dos débitos da existência

"Na terra do individualismo, o homem Jesus proclamava idéias que perturbavam a mente e exaltavam a emoção: "Ama o próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39). Como será que amamos aqueles que tocamos com as mãos, que vemos com os olhos, que dormem ao nosso lado, compartilham conosco as refeições?
(...)
Aprender a agradecer tudo o que temos é uma forma excelente de cuidar carinhosamnete da saúde psíquica. Hoje é tempo de agradecer a nossos pais, a nossos filhos, à pessoa amada e aos amigos. Agradecer o carinho, o afeto e a dedicação, dizer que eles fazem a diferença em nossas vidas. Quem não sabe agradecer não sabe saldar as dívidas de amor consigo mesmo e com os outros."


.da superação da hipocrisia

"Algumas pessoas ficam ainda mais angustiadas quando ouvem conselhos pré-fabricados do tipo: "Olhe em volta, há pessoas em pior situação que você", "Não seja frágil", "Procure se distrair". São conselhos que não levam em conta a complexidade da dor humana e por isso não exercem qualquer efeito terapêutico. Às vezes é muito melhor dar o ombro para alguém chorar e mostrar uma solidariedade silenciosa do que fazer grandes discursos.


.da capacidade de não ser controlado

"Em grego a expressão "cair em tentação", entre outros sentidos, significa "estar sob controle". O Mestre do Mestres nos instiga a sermos humildes e ousados. Humildes para reconhecer nosso cárcere interior, ousados para sair dele.
Estimula-nos a lutar interiormente, a bradar, diária e silenciosamente, com determinação: "Não deixe que eu seja controlado pela minha impulsividade! Não me deixe ser dominado pelos meus medos! Não quero ser um boneco nas mãos da minha arrogância! Não quero ser fantoche da minha hipersensibilidade!"


[Augusto Cury]


p.s.: post enorme, tenho certeza que poucos vão ter vontade de ler por completo. e estou me sentindo uma estraga-prazeres da leitura alheia, mas enfim...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

.hoje é tempo de mudanças

"Hoje é tempo de diminuir nossas atividades. Se não for possível fazer uma grande cirurgia em nossa agenda, devemos nos programar seriamente para começar a fazê-la amanhã, depois, gradativamente, no correr dos anos. Hoje é tempo de rever nossas metas, colocar colírio em nossos olhos para enxergar o que tem importância.

Hoje é tempo de amar nossos filhos, elogiá-los por tantas coisas que fazem e que consideramos meras obrigações. Hoje é tempo de descobrir cada um com suas características únicas. Hoje é tempo de pedir-lhes perdão pela nossa falta de tempo, sem usar a desculpa de que tudo o que fazemos é para eles. Hoje é tempo de cobrar menos e abraçar mais. É tempo de dizer que eles não estão no rodapé de nossas vidas, mas nas páginas centrais de nossas histórias.

Hoje é tempo de deixar nossos títulos acadêmicos e nossa posição social, de procurar nossos amigos, abraçá-los, convidá-los para jantar, resgatar o passado, saber do presente, dar risadas descompromissadas.

Hoje é tempo de conversar com nossos pais, descobrir seus mundos, desvendar capítulos de suas histórias que jamais conseguimos ler. Perguntar quais foram suas batalhas mais importantes, suas conquistas mais desafiantes.

Hoje é tempo de olharmos nos olhos de quem amamos, pedir desculpas pelo excesso de trabalho, pela nossa rigidez, cruzar nosso mundo com o deles, fazer programas diferentes, relaxar, ouvir. Hoje é tempo de namorar, de dizer com ternura "Eu te amo" ou admitir honestamente "Não sei amar, só sei trabalhar. Ensine-me a amar você".

Hoje é tempo de perdoar, de compreender, de minimizar as ofensas. É tempo de não levar a ferro e fogo nossas manias e exigências. Hoje é tempo de esperar menos dos outros e cobrar menos de nós mesmos.

Hoje é tempo de enfrentar nossas fragilidades, desvendar nossas "loucuras", nos repensar, reciclar e descobrir que somos seres humanos sem vocação para deuses.

É tempo de estabelecer estratégias para atingir nossos mais belos alvos. Hoje é tempo de resgatar sonhos perdidos, de rejuvenescer nossas emoções, de fazer coisas simples que irradiam alegria, de dirigir o roteiro de nossa história.

As palavras do mestre dos Mestres não apenas estimulam o desenvolvimento da psique como previnem transtornos psíquicos. Sim, hoje é tempo de ingerir o pão nosso de cada dia. Porque, sem tal nutrição, a vida não terá sabor, esperança, estímulo, aventura, encantos, saúde. Seremos eternos famintos no único lugar em que não se admite ser miserável. As desculpas são um dos sintomas dos desnutridos. Que desculpa vamos dar para adiar o que tem de ser feito hoje?"

.....

"Precisamos exaltar a vida enquanto estamos saudáveis. Procurar viver cada minuto com a intensidade como se fosse o último. Viver cada dia com vibração como se fosse único. Amar as pessoas próximas como se fôssemos deixar de vê-las." (...)

Pense no amanhã apenas para planejá-lo e tomar algumas precauções, mas não viva o amanhã. Encene a peça da vida no palco do tempo presente - do hoje - como se fosse o último espetáculo."

[Augusto Cury]
.....



Trechos do livro "A sabedoria nossa de cada dia - Os segredos do Pai-Nosso 2 (aprendendo a superar os conflitos humanos)". É a continuação daquele livro que falei alguns posts atrás, sobre a interpretação da oração do Pai-Nosso. Mais uma vez, digo: não se trata de um livro teológico. A primeira parte é uma análise psicológica da personalidade de Deus. A segunda parte é sobre os conflitos que nós, seres humanos, enfrentamos no terreno de nossa personalidade. Tudo baseado na interpretação da oração mais recitada e conhecida em todo mundo.
[e estou achando o 2 mais interessante que o 1, diga-se de passagem...]



quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

.dos devaneios da Lya [2]

Machos e fêmeas

"Histórias de amores frustrados, relações ruins ou trágicas, fracassos, decepções, dores e rancores se multiplicam.
Chega a parecer, algumas vezes, que um amor bom, ao menos razoável, alegre, cúmplice, terno e sensual, que faça crescer, seja um bem tão raro quanto viver lúcido e saudável até os cem anos.
Fico pensando nesse dilema, que pode parecer divertido a uma primeira leitura, mas na prática é demais complexo:
se não combinamos, por que - homens e mulheres - nos queremos e nos procuramos?
Pensando bem, homens e mulheres pouco têm em comum exceto a preservação da espécie: as almas são diferentes, a biologia é outra, as vontades e os interesses também. Prioridades de um e outro, nada a ver. Como tribos vizinhas mas inimigas: guerrinhas, escaramuças, ou guerra total.

Muito é cultural, concordo. Mas cada vez mais acredito que somos imensamente determinados pelo que éramos nas cavernas.
Homem saía pra caçar, voltava, fazia filhote, saía pra caçar e pra matar inimigo, voltava... e assim por diante.
Mulher ficava na caverna pra ser fecundada, parir, alimentar a família e proteger as crias. Ah, e cuidar do troglodita para que ele estivesse bem nutrido e descansado ao sair em busca de comida para ela e para as crias, e a fecundar de novo... e assim por diante.

Mudou o mundo, os hábitos se transformaram, incrivelmente muita coisa aconteceu - mas o homem e a mulher das cavernas ainda nos habitam sob a casca de algum requinte. Foi Tomás de Aquino ou Agostinho quem disse que o ser humano é um anjo montado num porco? Na guerra e às vezes na relação amorosa o animal predomina; na paz e nos momentos ternos funciona o anjo. O bom mesmo é a mistura: nem de menos, nem de mais.

Só a impenetrável natureza explica que seres tão diversos quanto machos e fêmeas se queiram tanto, se encantem, se façam felizes - ou se detestem, se traiam, se atormentem e, quando possível, até se destruam. Ou tudo isso ao mesmo tempo. O que os diferencia das peludas criaturas originais nem é, pois, a paixão, mas
o amor: amizade com sensualidade.
O que precisa um casal para ser um bom casal, amoroso, alegre, criando pontes sobre as diferenças e resolvendo com bom humor as agruras do convívio cotidiano? Penso que o bom casal é o que SE GOSTA, com tudo o que isso significa: cumplicidade, interesse, sensualidade boa, e o difícil compromisso da lealdade.

Dedicação, às vezes até devoção. Para que a gente seja, além de machos e fêmeas, pessoas que entendem, curtem, confortam, desejam e... tudo aquilo que nas cavernas acontecia. Só que com mais graça, consciência, talvez mais delicadeza.
É aí que (re)começam os problemas. Mas macho e fêmea não desistem - nem devem.
Pois apesar da trabalheira toda bem que a gente gosta!"

[mais do mesmo livro da Lya Luft, Pensar é transgredir]

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

.pensou em mim, certo!

Não há dúvida nenhuma que o Quintana escreveu isso pra mim:

.Da observação

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...


Resolvi tirar isso do meu orkut hoje, mas tinha que deixar em algum outro lugar.
É perfeito.
Minha cara mesmo...
Quem me conhece um pouco sabe disso...



[e aí está... Centro de Cultura Mário Quintana, no centrão de Poa... ainda em reformas e com os enfeites de Natal, da última vez que passei por lá. Ele morava ali, agora tem um museu e um espaço bem legal pra ficar tranqüilo, lendo, conversando, enfim... vale a pena conhecer, quem ainda não o fez.]

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

.dos devaneios da Lya...

Às vezes eu acho que o Quintana escrevia pra mim. Outras vezes, o Neruda. Tudo depende do momento.
E ontem a Lya virou minha mais nova amiga. Ela também escreve pra mim.
Comecei a ler "Pensar é transgredir" só porque acho que meu cérebro ainda não precisa de total descanso. Muito, muito, mas muito bom mesmo. Dá vontade de copiar o livro todo e colocar aqui. Mas não, sem exageros. Aí vai a crônica do capítulo 3... [logo virão outras mais...]


"Canção da mulheres
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que a culpa é dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo 'Olha que estou tendo muita paciência com você!"
Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: "Mas que chateação essa sua mania, volte para a cama!"
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: "Poxa, mais um?"
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro - filho, amigo, amante, marido - não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher."
[Lya Luft]

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

.diretamente de uma conversa no msn...

...pro meu blog.
pq ontem eu tava no meu extremo de filosofia (meu cérebro ainda dói..)
eu recebi isso numa conversa, e achei oportuno.
[a tirinha q reservei fica pra próxima]


“Milhares de velas podem ser acesas por uma única sem que essa seja enfraquecida. Felicidade não diminui por ser compartilhada.”—

Siddhartha Gautama (563 AC - 483 AC)

e eu penso...

e penso.
..
.
e leio demais.

e, juro.. chega por hj. talvez uns dias [poucos].
preciso de novos livros.





[e mais paz e sossego.]

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

.mais coisas brevemente relevantes...

Outro trecho de livro... esse é do "Enquanto o amor não vem", da Iyanla Vanzant.
Não se trata apenas de relacionamento homem X mulher, vai muito, muito além. Fala do amor que devemos ter pela família, pelos amigos, pelo trabalho, por nosso mundo... mas, principalmente, amor próprio e amor incondicional.
Sim, não é uma tarefa nada fácil.

Mais um post de "coisas para pensar, mas não muito, senão o cérebro não suporta".
[hj já me disseram que as coisas que eu coloco aqui andam profundas demais. já reservei uma tirinha divertida para a próxima vez...]

"O que você está olhando? O que está procurando? Com o que você está procurando? Essas três perguntas são essenciais para descobrirmos o amor verdadeiro. Se você tem miopia ou hipermetropia, ou qualquer problema de visão, corre o risco de não enxergar o amor quando ele aparecer. Se não sabe o que procurar ou onde procurar, como irá reconhecer o que deseja, quando aparecer? É por isso que você deve checar constantemente sua visão.

Se não consegue enxergar a fonte de sua confusão, pode ser que esteja olhando para a coisa errada, procurando a coisa errada ou procurando com a intenção errada na cabeça. O amor nunca é vingativo ou violento. Nunca tenta nos rebaixar ou derrubar. O amor é uma energia positiva que nos leva a compartilhar, dar, construir e curar. O amor nos energiza e encoraja a fazer mais, nos estimula a praticar atos mais amorosos, a sermos mais, a nos comportarmos de uma maneira mais amorosa, dando cada vez mais amor a mais pessoas.

Quando você conseguir assumir a responsabilidade por si, perdoando-se pelas situações que criou, será fácil amar as pessoas que tiveram algum papel na sua criação.Tendo feito isso, pode ir para o andar seguinte, recebendo dos outros amor incondicional. Para muitos, é mais fácil dar do que receber. Receber significa reconhecer que tudo o que vem para você é reflexo do que você merece. As pessoas lhe darão coisas, oportunidades, recursos, seu tempo e energia, em resposta à quantidade de amor que você dá aos outros. Isso pode tornar o ato de receber um desafio, pois você tem que acreditar que merece o que recebe.

É muito difícil receber quando você suspeita das intenções dos outros. É por isso que tem que aprender a confiar. Confiar em você e nas outras pessoas. A confiança é o ingrediente principal do amor incondicional. Quando achar que está em dívida com alguém, será difícil, se não impossível, ser honesto com ele. É difícil dizer a verdade para alguém de quem você depende ou tem medo. Pode ser difícil, se não impossível, expressar o que você está sentindo quando você se sentir em débito com o amor que lhe dão. Mas se você se lembrar mais uma vez do amor que recebe, esses pensamentos desaparecerão. Você se lembrará que merece amor da forma como ele se apresentar."

[uma bala azedinha de limão e um tapinha nas costas pra quem realmente conseguiu ler td isso. ficou enorme, eu sei...]

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

.todos criamos monstros que dilaceram sonhos...

"Quantos monstros imaginários foram arquivados nos subsolos da sua mente furtando seu prazer de viver e dilacerando seus sonhos? Todos temos monstros escondidos por detrás da nossa gentileza e serenidade.

A maneira como enfrentamos as rejeições, decepções, erros, perdas, sentimentos de culpa, conflitos nos relacionamentos, críticas e crises profissionais, pode gerar maturidade ou angústia, segurança ou traumas, líderes ou vítimas. Alguns momentos geraram conflitos que mudaram nossas vidas, ainda que não percebamos.
Algumas pessoas não se levantaram mais depois de certas derrotas. Outras nunca mais tiveram coragem de olhar para o horizonte com esperança depois de suas perdas. Pessoas sensíveis foram encarceradas pela culpa, tornaram-se reféns do seu passado depois de cometerem certas falhas. A culpa as asfixiou.

Alguns jovens extrovertidos perderam para sempre sua auto-estima depois que foram humilhados publicamente. Outros perderam a primavera da vida porque foram rejeitados por seus defeitos físicos ou por não terem um corpo segundo o padrão doentio de beleza ditado pela mídia.

Alguns adultos nunca mais se levantaram depois de atravessar uma grave crise financeira. Mulheres e homens perderam o romantismo depois de fracassarem em seus relacionamentos afetivos, após terem sido traídos, incompreendidos, feridos ou não amados.

Filhos perderam a vivacidade nos olhos depois que um dos pais fechou os olhos para a existência. Sentiram-se sós no meio da multidão. Crianças perderam sua ingenuidade depois da separação traumática dos pais. Foram vítimas inocentes de uma guerra que nunca entenderam. Trocaram as brincadeiras pelo choro oculto e cálido.

A complexidade da mente humana nos faz transformar
uma borboleta num dinossauro, uma decepção num desastre emocional, um ambiente fechado num cubículo sem ar, um sintoma físico num prenúncio de morte, um fracasso num objeto de vergonha.

Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta (Foucault, 1998). Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-los e utilizá-los como servos de nossa inteligência.


Não tenha medo da dor, tenha medo de não enfrentá-la, criticá-la, usá-la."


[tirei isso de algum livro do Augusto Cury que li... não lembro qual. =D]

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

.eu não comi o presépio

Tem coisas que só Porto Alegre proporciona pra gente...


Deveras interessante cruzar com isso na rua. E, de fato, eu não comi o presépio. Aliás, há seis anos eu não faço isso, e me sinto muito bem, obrigada. Mas não vou entrar no mérito da questà agora.

Só aproveitando o assunto, vou colocar aqui como curiosidade aleatória uns trechos do livro "Pequeno tratado sobre Karma", que ganhei de um ex colega de espanhol que virou Hare Krsna (!!!!) [quando encontrei ele na rua com aquela roupa laranja, cabelo raspado e trancinha atrás da cabeça, quase não acreditei... mas cada um com suas convicções...].

"Como não podemos criar, não temos o direito de matar nenhuma entidade viva e, por conseguinte, as leis feitas pelo homem, que distinguem entre matar um homem e matar um animal, são imperfeitas. Ao passo que existem defeitos nas leis humanas, não pode haver defeitos nas leis de Deus. Segundo as leis de Deus, matar um animal é tão condenável quanto matar um homem. Aqueles que fazem distinções entre estes dois casos estão inventando suas próprias leis. Até nos Dez mandamentos se prescreve: "Não matarás". Esta é uma lei perfeita, mas ao especular e fazer discriminações, os homens a desvirtuam. "Não matarei o homem, mas os animais sim."

(...)

"Pode ser que alguém mate um animal para comê-lo e desfrutar dele, mas semelhante ação o prenderá a este mundo. Assim, pois, na vida seguinte, esta pessoa se tornará uma vaca ou uma cabra, e a vaca ou a cabra se tornarão homens e comerão aqueles que as comeram. Isto é o que afirmam os Vedas e, como tudo que é dito nos Vedas, podemos acreditar ou não. Infelizmente, na atualidade, as pessoas são educadas de tal maneira que não acreditam numa próxima vida. De fato, parece que quanto mais "educada" a pessoa se torna, menos crê em Deus, na Lei de Deus, na próxima vida e em atividades piedosas e pecaminosas. Dessa maneira, a educação moderna está preparando os homens para que se tornem animais. Se não há nenhuma educação que ensine ao ser humano que ele não é este corpo, ele continua sendo não mais que um asno. O asno também acredita que "sou este corpo", como também crêem todos os outros animais. Desta forma, se um homem pensa assim, que diferença há entre ele e o animal?"

Enfim, só para refletir a respeito...